terça-feira, 21 de junho de 2011

A propósito da extinção das freguesias

Resposta do nosso camarada, João Paulo Fernandes, ao artigo de opinião do ex-presidente da Junta de Freguesia de Miranda do Corvo. Ambos publicados na secção Correio do Leitor.
Para ler o artigo original basta clicar em cima da imagem.





Ao ler a edição do Diário de Coimbra, na secção correio do leitor, um artigo assinado pelo Sr. Carlos Silva de Miranda do Corvo, fiquei atónito. Não só pelo conteúdo do texto, mas sobretudo porque o referido senhor, que agora defende a extinção das freguesias, foi presidente da Junta de Freguesia de Miranda do Corvo durante oito anos!!
A opinião manifestada na narrativa já seria questionável se escrita por um “comum” cidadão, agora vinda de um autarca é que não aceitável! Sim, para quem não sabe, este senhor foi em 2009 recandidato à presidência da referida Junta como cabeça de lista.
Para quem entende que acabar com as juntas seria uma medida acertada é no mínimo estranho. Talvez se explique esta tomada de posição pela “azia” provocada pela derrota nas urnas. Deverá pensar que se não serve para ele, então não serve para ninguém e, então, acaba-se com a Freguesia!
Fiquei surpreendido com algumas afirmações proferidas, vindas de quem vêm, nomeadamente: “…que muitas vezes são gastos de maneira pouco transparente e sem qualquer benefício para as populações locais…” O Senhor Carlos Silva deve saber do que fala, talvez pela experiência de oito anos à frente da Junta.
Se fizer um pequeno exercício de memória, em cerca de ano e meio de mandato, neste executivo, da parte do Sr. Carlos Silva não existiu uma única proposta para “benefício das populações”. Lembro apenas uma proposta que contemplava a atribuição de subsídios fixos, sem qualquer critério e rigor, a diversas colectividades da Freguesia.
Quero aqui lembrar que as Juntas de Freguesia são o órgão mais próximo das populações, aquele que melhor conhece as dificuldades, anseios e necessidades dos cidadãos.
As Juntas de Freguesia são, em muitos casos, o único meio de proximidade que os cidadãos têm com o poder político. Basta observar o que se passa em algumas freguesias do interior do país onde a sede de concelho fica a horas de caminho.
Defendo, e julgo que seria a atitude que o Sr. Carlos Silva também deveria tomar, que às Juntas de Freguesia sejam dadas outras competências e as respectivas verbas para as executar. Depois, tal como hoje, que lhes seja exigido rigor e competência na aplicação das mesmas. As populações só terão a ganhar.
João Paulo Pereira Fernandes
Miranda do Corvo
Secretário da Junta de Freguesia de Miranda do Corvo




Um comentário:

Anônimo disse...

Todos sabemos que nos foi exigido o cumprimento de determinados objectivos. É um facto incontornável. É igualmente um facto que para atingir esse propósito existem sacrifícios que têm e terão que ser feitos e repartidos por todos. Não adianta a neste momento saber quem teve mais ou menos culpa na infeliz realidade portuguesa. Certo é, que não é com medidas tomadas em "poucas horas", apenas para mostrar serviço feito, que se alcança tão fulcral objectivo para Portugal. No dia em que o novo governo tomou posse, retenho uma medida que no essencial apoio: o fim dos governos civis. Resta saber em que moldes esta medida será colocada em prática. Não adianta apresentar possiveis soluções sem saber como serão executadas e quais as consequências da sua aplicação. A simples extinção das juntas de freguesia é pura demagogia de quem quer a qualquer preço apresentar resultados. Os mesmos que dizem que sempre lutaram para dar voz ao povo a seguir ao 25 de Abril. Não se pode continuar a falar da maneira que melhor convém. Tem que existir coerência e ética. Este e outros assuntos essenciais deverão ser discutidos e bem estudados. Ainda referente ao novo elenco governativo... Uma ministra da agricultura e ordenamento do território cuja formação académica é em Direito, sem trabalhos realizados na área cuja pasta é da sua tutela, a extinção do ministériso da cultura, a existência de "super-ministros"... enfim, espero sinceramente que seja para o bem do país! É necessário dar o devido tempo para que este novo governo apresente trabalho e não se façam juizos à priori sem fundamento, mas o povo português estará atento! A solução de se realizarem cortes e extinguir serviços tenho as minhas dúvidas quanto à sua real eficácia. Para bem de todos os mirandenses, espero que a nossa Presidente de Câmara continue com a mesma energia que vinha demonstrando até agora, em reinvindicar junto do actual governo (agora da sua cor partidária) a continuação dos projectos, nomeadamente o Metro, IC3 e Convento de Semide. O povo de Miranda agradece!