domingo, 22 de março de 2009

O Associativismo na Construção do Concelho de Miranda do Corvo


O desenvolvimento equilibrado e sustentado, seja a nível global ou local, deve ser assumido nas suas diferentes variáveis e na sua interdependência relacional, sendo da maior importância, quer a definição de políticas sectoriais, quer a relação entre essas políticas.

Neste contexto, são relevantes as políticas para a educação, o desporto, a cultura, a acção social. Como é relevante que, na definição dessas políticas, se tenha em devida conta as dinâmicas próprias da comunidade, enquanto elementos de construção identitária ou de potenciação do próprio desenvolvimento.

Um concelho vivo e dinâmico é, entre muitos outros aspectos, referenciado a partir do papel do movimento associativo, pela capacidade de espelhar um conjunto de expressões colectivas e partilhadas, de prosseguir objectivos e propósitos comuns, de incentivar a participação, de dignificar a vida comunitária, de garantir acrescida qualidade de vida às populações.

O movimento associativo constitui um espaço de intervenção e participação com óbvios reflexos na sociedade em geral e na transformação das comunidades.

O concelho de Miranda do Corvo, caracteriza-se, entre muitos aspectos, por um associativismo bastante expressivo e dinâmico, o que constitui dado relevante e importante para o nosso desenvolvimento e identidade.

A Câmara Municipal de Miranda do Corvo, deve reconhecer a importância, o esforço e o trabalho desenvolvido pelas Associações do concelho, e deve assumir como um dos seus objectivos prioritários o desenvolvimento e reforço do apoio e da colaboração com as diversas Associações locais, no respeito por regras de transparência, equidade e pela indispensável autonomia das próprias instituições.

É neste contexto de reciprocidade, de potenciação de espaços de participação e eixos de intervenção, de valoração do exercício criativo de competências, de atitudes activas e interventivas, de serviços de qualidade crescente à comunidade, que devem inserir-se os incentivos ao associativismo.

É também neste contexto que se exige ao poder local e às autarquias, uma atenção continuada à dinâmica das associações, com o objectivo de aperfeiçoar parcerias e reciprocidades, de garantir e criar condições para mais e melhor desenvolvimento, tendo presentes regras essenciais e os recursos disponíveis para a concretização de objectivos estratégicos.
A futura Câmara Socialista de Miranda do Corvo, deve portanto fazer a ruptura com o passado no que concerne à forma e ao método de atribuição de financiamentos. O futuro formato, deverá ser discutido em sede própria e com todos os intervenientes. A proposta está lançada e o Partido Socialista de Miranda do Corvo vai cumprir certamente este desígnio em defesa da transparência democrática.

JOSÉ MÁRIO GAMA

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro José Mario Gama
Gostei muito de ler o seu texto, é bonito e está bem escrito, todos nós gostamos de ouvir/ler ideais. Agora, o Sr. saberá que são necessárias pessoas a dirigir os destinos das associações, saberá que o associativismo depende do voluntariado e da carolice de alguns.
Muito provavelmente não sabe... Sabe porquê? Porque o Sr. não sabe o que é ser dirigente associativo, o que é estar ligado ao associativismo, gerir uma associação ou uma colectividade…
O Sr. alguma vez fez ou faz parte de algum órgão social de uma qualquer associação/colectividade do Concelho? Que eu conheça NÃO…
O Sr. sabe o que é deixar a família e/ou os amigos para poder prestar serviços para a comunidade, ou para um grupo especifico de pessoas? Não me parece…
Por isso caro amigo, para poder criticar algumas áreas é necessário interagir com elas, ter conhecimento da realidade, sentir na “pele” os verdadeiros problemas do associativismo, todos devemos apoiar e colaborar seja da forma que for.
No associativismo todos os contributos quer sejam financeiros, quer sejam logísticos quer sejam ao nível de recursos humanos são sempre benéficos e bem-vindos, dado que por falta de uma pessoas poderá não se conseguir constituir uma direcção e a associação/colectividade “fechar portas”…

Anônimo disse...

Estimado anónimo
Foi com grande satisfação que registei comentário, elogio e crítica sobre a importância do associativismo no desenvolvimento do nosso Concelho.
Considerando a sua “possível juventude”, desculpo essa “casta inocência”, ao afirmar convictamente que desconhece a minha participação em movimentos associativos.
Entre 1984/1996 – foi elemento activo na Direcção da Rádio Dueça 94,5 FM (era um grupo de pessoas saudáveis, cada um de nós detinha as suas preferências políticas, mas a amizade e vontade de não desistir era enorme. Era o tempo do “xerife estrelita” do Carlos Marta; Zé Maria; Mário Sol; Carlos S. Miguel; António Cruz; Quirino S. Miguel; David Cunha, Vergílio Paulo; Paulo Fotografo e tantos outros), palmilhei muitas vezes só, a pé, ou com o meu carro o concelho para efectuar “peditórios”, destinados a angariar financiamento para adquirir o emissor, descodificador, antenas etc., passamos muitos dias; noites e anos a trabalhar para Miranda do Corvo no anonimato.
Organizámos anualmente; provas de rally; Karting; torneios de Futebol 5; dos relatos de futebol do Mirandense com as dificuldades de não podermos adquirir um telemóvel, um luxo impensável; a participação na Expo Miranda, recordo o êxito das edições do livro/agenda dos telefones fixos do nosso concelho etc etc.
Durante mais de doze anos “aborreci” os industriais, os comerciantes para efectuarem um contrato de 3.000$00 de publicidade/mensal, todos os meses só, ou acompanhado com dois ou três da direcção, percorríamos a nossa terra. Deslocava-me com a minha gasolina, dava o meu tempo e quando não conseguíamos o dinheiro necessário, um de nós financiava a rádio do seu próprio bolso.
Novos vieram, outros continuaram; assim é a dinâmica das Associações Livres, mas acreditem, podem sempre contar comigo se necessitarem.

Recordo-me agora; estive à frente da constituição do Grupo Coral da Casa do Povo, apesar de péssimo cantor, fiz parte do grupo durante três anos, participei na organização do primeiro encontro de coros, que se realizou no Convento de Semide. Lembro o amigo e Saudoso Sr. Padre Pedro, que me solicitava uma especial atenção para o tipo de música que se iria cantar, era a primeira vez que as portas da Igreja se iriam abrir para este tipo de actividade não litúrgica.
Sou sócio fundador da Cooperativa Mirante, estive durante largos anos na Direcção da Cooperativa, era Presidente o Sr. Prof. Augusto Santos Paulo, depois veio a “tomada de posse definitiva” do Sr. Carlos Ferreira, que tinha um objectivo camuflado, utilizar o jornal Mirante em campanha permanente das acções do poder local instalado.
Sou sócio dos Bombeiros Voluntário de Miranda do Corvo e tenho pelos Bombeiros em geral a maior admiração e respeito.
Motivado e sensibilizado pelo grande incêndio que assolou o nosso concelho no ano Verão de 2005, mobilizei a população do Concelho para uma grande festa, que contou com a participação de toda população, tinha dois e únicos objectivos; angariar fundos e reconhecer publicamente a nobre actividade dos Bombeiros de Miranda do Corvo (foram cerca de 4000 euros que se angariaram numa só noite).
Sou sócio da ADFPMC, instituição de reconhecido mérito na nossa região, pela intervenção em diversas áreas sociais, recordo que há largos anos compareci em duas Assembleias-gerais, senti-me desconfortável; não levei a mal; mas não voltei.
Sou fundador e director de diversas organizações sem fins lucrativos, dou como exemplo a Associação Cometa Portugal, com sede nos HUC, associação que visa a integração de deficientes motores em mercado de trabalho, foi por mim proposto e mais tarde elaborado protocolo de articulação conjunta com ADFPMC, bem como fomos parceiros na candidatura a projecto de financiamento Europeu – equal - na área da integração de pessoa portadora de deficiência no ano de 2003.
Estimado e desconhecido anónimo, muitos de vós estão à frente de colectividades ou associações, para serem reconhecidos socialmente e/ou se promoverem politicamente no Jornal Mirante. Não foi, nem será nunca a minha postura.
Estimado e desconhecido anónimo, lá por eu não ser ideologicamente e politicamente do seu partido, não deixo de ser Mirandense convicto, com capacidade crítica e capaz de executar projectos, trabalhar, fazer coisas, ter ideias e dar bons exemplos de cidadania.
Acredito nas pessoas e nas Potencialidades do Associativismo.
Pela diferença - Um Abraço
José Mário Gama