domingo, 12 de dezembro de 2010

Déjà vu

Passou um ano desde a tomada de posse da Presidente de Câmara e do seu executivo PSD/PP para um terceiro mandato. É por isso tempo de fazer um balanço deste ano, o nono da autarca à frente dos destinos do Município de Mirando do Corvo.

Contudo, pouco há para avaliar. À parte de obras patrocinadas pelo Governo, como o Centro Educativo, ou de carácter supra-municipal, como as Águas do Mondego, nada temos a avaliar além de festas, flores e um aumento brutal nas tarifas da água.

O despesismo com obras de fachada atinge o limite do insustentável. Novidade neste virar de primeiro ano do terceiro mandato é a construção de uma Casa das Artes. Com um custo bem superior a dois milhões de euros, o dobro do que prometia Fátima Ramos há um ano por alturas de campanha, é um verdadeiro luxo no tempo de crise que o país e o mundo atravessam.

A Casa das Artes constitui um investimento utópico, representa um esforço financeiro desajustado e irá impedir a concretização de outros investimentos socialmente indispensáveis ou obrigar a que os mesmos sejam adiados ou esquecidos. Estarão os mirandenses dispostos a que o aumento na sua factura da água sirva para pagar a construção de uma Casa das Artes?

As promessas que levaram Fátima Ramos a ser eleita depressa foram esquecidas. A loja do cidadão de segunda geração e a rede de transportes intra-municipais “minibus”, propostas do Partido Socialista, as quais veio rapidamente usurpar como suas, parecem não ter passado de devaneios eleitorais precipitados.

A requalificação da Zona Industrial de Miranda que se degrada e desertifica ano após ano, assim como a revisão do PDM, continuam na gaveta. Promessas, é bom lembrar, desde o primeiro mandato, grandes bandeiras de campanha ao longo dos três mandatos que após nove anos (!!!) nada mais são do que miragens.

O mesmo se dirá do apoio à criação de emprego no concelho, que apenas não se poderá qualificar como nulo, pois as despesas correntes com pessoal praticamente dobraram nos mandatos da actual Presidente, sendo a Câmara Municipal usada coma autêntica agência de emprego para garantir dependência e clientelismo, seja com contratos precários, vulgos “POC’s”, ou postos de trabalho a troco de apoios eleitorais.

Este ano que passou, o primeiro do terceiro mandato de Fátima Ramos, trouxe mais do mesmo, uma forma de política já gasta, um DÉJÀ VU, o parecer antes do fazer, o acessório em vez do essencial, uma gestão errática e irreflectida que revela a falta de um plano estruturante e sustentado de desenvolvimento para o Município.

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