terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Há vontade de continuar o Metro Mondego, disse Sócrates



O primeiro-ministro, José Sócrates, garantiu este sábado (5), em Coimbra, que o Governo possui “vontade” de continuar com o projeto do Metro Mondego, embora adaptado à nova realidade financeira do País.

No discurso que proferiu durante a inauguração do novo Hospital Pediátrico de Coimbra, José Sócrates aludiu ao Metro Mondego e à autoestrada do Centro como exemplos de investimento público que o País tem “obrigatoriamente” de adaptar “à nova situação financeira”.

“Estamos a dar o nosso melhor para que esses projetos continuem, agora adaptados a essa nova realidade. O que quer dizer que o calendário tem de ser um pouco mais longo porque não temos as condições financeiras para prosseguir”, frisou.


Cerca de uma centena de manifestantes, a maioria em defesa do Metro Mondego, marcou presença numa rotunda da circular externa de Coimbra, junto ao edifício do novo hospital pediátrico, em protesto contra a suspensão do projeto.

No entanto, os automóveis da comitiva do primeiro-ministro passaram praticamente despercebidos pelo local – sem batedores policiais a abrir caminho – e os protestos e palavras de ordem foram, praticamente, inexistentes.

Na cerimónia, José Sócrates disse que o executivo “tem feito o seu melhor para manter um programa de investimento publico”, mas “tem contado com muitas incompreensões” na Assembleia da República, da parte de “alguns” grupos parlamentares.

“Passam as semanas a dizer ‘pare os investimentos’ (…) Mas esses mesmos deputados, quando se chega a determinadas zonas do país, dizem ‘prossiga com os investimentos’. Isso é que não pode ser, ou paramos ou prosseguimos”, declarou.

O primeiro-ministro definiu o novo hospital pediátrico como “mais uma referência, um ícone de Coimbra”, que se junta a outros “símbolos” da cidade sobre os quais manifestou “orgulho” em ter “contribuído” enquanto governante.

Da lista destacou o programa Polis de requalificação da zona ribeirinha do Mondego, o novo edifício do Conservatório, a requalificação das escolas Avelar Brotero e D. Maria, Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e Museu Nacional Machado de Castro e investimentos em curso na Universidade.

“Em termos de qualidade de vida urbana e de projetos emblemáticos em Coimbra, estes últimos anos comparam muito bem com os anos anteriores”, sublinhou.

Novo hospital já tem nome
Ontem (5), a ministra da Saúde anunciou ainda o novo nome do pediátrico: a unidade de saúde vai ostentar o nome de Henrique Carmona da Mota, o pediatra ligado à criação da unidade de saúde em 1977.

“É uma figura ímpar, com reconhecidas qualidades pessoais e profissionais, que motivou e orientou a formação de gerações de profissionais”, disse Ana Jorge.

“É deixarmos a nossa memória bem registada. É importante que as gerações vindouras reconheçam os factos históricos e aquilo que foi um marco de desenvolvimento”, acrescentou.

Henrique Carmona da Mota, que foi diretor clínico do HPC durante mais de dez anos, congratulou-se hoje com a inauguração do novo edifício, em representação do hospital e “em nome dos pioneiros, das crianças que ali [no edifício antigo] foram cuidadas e das que aqui continuarão a sê-lo”, sublinhou a ministra.
(TEXTO E FOTOS DE AS BEIRAS Online, 5 de Fevereiro de 2011)

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