sábado, 28 de junho de 2008

MIRANDA DO CORVO 2001/2009 OU A OPORTUNIDADE PERDIDA.

Ao longo destes anos de maioria Social-democrata coligada com o CDS, que confesso que de CDS não conheço ninguém nesta coligação, Miranda perdeu uma oportunidade de crescer e de se desenvolver ao nível de outros concelhos.
Em jeito de balanço destes quase 7 anos, facilmente concluímos que Miranda perdeu qualidade, este executivo encerrou serviços como o espaço internet, limitou o funcionamento de outros, como as piscinas municipais cobertas e da Biblioteca. Prometeu um sem número de obras estruturantes para o nosso concelho e delas apenas vimos as promessas pois estas nem do papel saíram, até os locais servem para mais promessas, são disso exemplo o Parque de campismo que vai dar lugar ao centro Educativo, no local do Pavilhão Multiusos será agora (ou nunca) o jardim da paz. Por falar em paz, esta sim seria bem-vinda ao nosso concelho.
Estes exemplos demonstram bem o desnorte deste executivo, como se as promessas eleitorais não bastassem fazem-se novas, entretanto fazem-se também umas festas e mandam-se uns foguetes para o ar e vai-se mantendo o pessoal distraído. Entretanto o emprego onde as pessoas possam ganhar algo que chegue para sustentar a família, só se for nos concelhos vizinhos, porque no nosso o máximo que se pode almejar, são uns míseros cento e picos euros por mês.
Entretanto vai-se cantando aos sete ventos que “Miranda está mais bonita”, mas… isto só me faz lembrar o mau aluno, que no teste escrito faz uns bonitos desenhos para confundir o professor da falta de estudo.
Está na hora do nosso partido se unir e colocar uma equipa que possa governar Miranda com qualidade, fazendo obras que de facto sejam mais-valias para o nosso concelho, uma governação que ajude a desenvolver o comércio e indústria locais, que dê esperança aos jovens de conseguir emprego, que demonstre que as pessoas valem pelo que são e não pelo cartão que apresentam, onde as instituições são apoiadas pelo seu valor e não pela cor partidária dos seus dirigentes.
João Paulo Fernandes
28/06/2008

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Governo do PS aposta nas acessibilidades

Como foi amplamente noticiado na comunicação social, o Senhor Primeiro-Ministro e o Senhor Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, presidiram, no passado dia 14 de Junho, em Conímbriga, à cerimónia de lançamento do concurso público internacional para a designada Concessão do Pinhal Interior, dando assim seguimento à Resolução do Conselho de Ministros que considerou esta concessão rodoviária um empreendimento prioritário.

A Concessão do Pinhal Interior, a desenvolver pela Estradas de Portugal em regime de parceria público-privada, terá uma extensão de 567 km e o investimento global será da ordem dos 772 milhões de euros. Este é, sem dúvida, um dos mais ambiciosos empreendimentos rodoviários lançados por este Governo.

A rede rodoviária assegura, em grande parte, o transporte de pessoas e mercadorias de e para qualquer parte do território. Por essa razão, as estradas desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de qualquer região. Daí a importância do lançamento deste investimento que, no que a Miranda do Corvo diz respeito, vai de encontro ao previsto no programa eleitoral autárquico do PS em 2005.

O corredor do IC3 será aquele que o PS/Miranda sempre defendeu. Haverá uma ligação à Auto-Estrada A1 no nó de Condeixa e com a conclusão da EN 342 será reconhecido o papel fundamental desta via no desenvolvimento dos concelhos do interior do Distrito de Coimbra, os quais ao longo de muitos anos foram marginalizados pelos sucessivos governos.

O PS/Miranda enche-se de satisfação pelo facto desta iniciativa do Governo integrar as propostas eleitorais apresentadas em 2005. Pena é que a nova liderança nacional do PSD, de resto amplamente apoiada pelos seus pares de Miranda do Corvo, tenha vindo já colocar em causa todos os grandes investimentos que estão em marcha.

Mas o Governo não aposta só no desenvolvimento da rede rodoviária, também investe nos transportes colectivos, de modo a que os mesmos possam constituir uma boa alternativa ao transporte individual. Ora, um dos bons exemplos disso é o Sistema de Mobilidade do Mondego. A solução encontrada por este Governo, que nada tem a ver com a “não solução” do anterior Governo do PSD, irá beneficiar e muito os concelhos envolvidos no projecto.

Alguns de nós, ao longo dos anos, muitas vezes criticámos o projecto devido às fragilidades que o mesmo apresentava. Porém, o mesmo foi sendo corrigido e evoluiu para a solução actual, que parece ser a que melhor defende conjuntamente os interesses de Miranda do Corvo, Coimbra e Lousã. Além de constituir um elemento de integração e de reordenamento do espaço territorial dos três municípios, a solução encontrada é tecnicamente eficiente, amiga do ambiente e apresenta claras vantagens ao nível do conforto e da segurança dos utentes.

No entanto, o PS/Miranda lamenta que o PSD em Coimbra continue a boicotar o projecto não aprovando em definitivo o traçado proposto pela Metro-Mondego. De facto, o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Dr. Carlos Encarnação, que tinha apontado o Metro-Mondego como o principal objectivo do seu actual mandato, parece estar a preparar-se para eleger a inviabilização do projecto como um dos objectivos da sua anunciada candidatura a novo mandato. Mas, talvez os munícipes de Coimbra possam pensar doutra forma e, em 2009, retirar a direita do poder na Câmara Municipal de Coimbra.

Em conclusão e por tudo o que foi dito, hoje não é tempo de ir para a rua, de dar cobertura a boicotes ou de defender profundas alterações ao projecto. É tempo, isso sim, de dar as mãos e de todos juntos contribuirmos para a concretização do Sistema de Mobilidade do Mondego.

27/06/2008
Miguel Baptista

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Proposta apresentada na Câmara pelos Vereadores do Partido Socialista

O Decreto-Lei nº 104/204, de7 de Maio, aprovou um regime jurídico onde é reconhecida a responsabilidade dos municípios sobre a reabilitação urbana das zonas históricas, permitindo promover a sua reabilitação, recuperação e reconversão urbanística.
Este diploma prevê para esse fim a constituição de Sociedades de Reabilitação Urbana (SRU's).

Esta sociedade de capital exclusivamente público, mediante decisão dos órgãos Municipais, promove a reabilitação de zonas históricas.

Como sabemos a zona histórica da Vila de Miranda do Corvo apresenta um estado de abandono que exige uma intervenção tão célere quanto possível.

Assim, os vereadores do Partido Socialista propõem que seja feito um estudo sobre a viabilidade do Município constituir a Sociedade de Reabilitação Urbana da Vila de Miranda do Corvo, E. M., que terá como principal objectivo promover a reabilitação da zona histórica.

Miranda do Corvo, 6 de Junho de 2008

Os Vereadores do Partido Socialista

António Manuel Fernandes Simões

Mário Ricardo Lopes

Ana Maria dos Santos Marreco e Rosa de Gouveia

Esta proposta foi à sessão de Câmara no dia 19 de Junho de 2008, tendo os Vereadores do PSD concordado e proposto criar uma comissão onde o Partido Socialista estará representado pelos engenheiros António Simões e Ricardo Lopes que irá estudar a viabilidade da futura SRU.

Foi, portanto, uma proposta aprovada por unanimidade.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A solidariedade não se compra no talho!

A minha Miranda tinha que ser reconhecida por algo mais importante, do que a boa chanfana, bolas é a minha terra é a nossa terra!
Passaram mais de três anos desde que escrevi um pequeno texto onde manifestei o desejo que Miranda fosse desenvolvida com politicas no sentido ser designada a Capital Nacional da Solidariedade, porque acredito que independentemente das opiniões politicas ou religiosas a componente cívica e solidária, fazem culturalmente parte de todos os Mirandenses.
Apesar de pessoalmente não dispensar de quando em vez, uma boa “chanfanada”, regada pelo excelente vinho de Lamas e acompanhada com broa caseira da “Ti Clotilde”, sempre pensei que Miranda do Corvo não podia ser só a Capital da Chanfana.
- “Então Mário Gama, a tua Terra é Capital Nacional, Mundial ou Espacial da Chanfana?
- “Então Mário Gama, já que estás em Poiares prova aqui a verdadeira chanfana, lá em Miranda comes é um guisado de carne de cabra velha! Hi. hi - riso irónico e brincalhão do Presidente Jaime Soares, o verdadeiro culpado disto tudo! - Já que estás aqui vou mostrar-te o parque industrial, e ao ouvido às duas da manha me foi dizendo alguns meses atrás – Estamos agora no lote onde vai ser instalada a fábrica de enchidos da tua terra, agora vamos ver as obras do “aeroporto” de Poiares o Jardim das Palmeiras etc., etc. – orgulhos e vaidades de um Presidente.
Bolas, já chega! Perdemos o barco, lamentei desde início e sempre perguntei quem teve esta “macabraideia” de Miranda Capital da Chanfana.
Porque não promovemos antes, uma Região Demarcada da Chanfana, dinamizava e promovia o turismo e a economia de vários Concelhos.
Sem demagogia, o actual Executivo de Miranda, não conseguiu fazer no meu ponto de vista o mais importante, criar riqueza, promover a industria o emprego e efectuar obras verdadeiramente estruturantes para ao nosso concelho. Não aumentou o tecido empresarial, não realizou as prometidas acessibilidades rodoviárias e ferroviárias para os centros urbanos, mas aumentou o preço da água e os impostos municipais.
Agora que os Mirandenses já não tem o dinheirinho necessário para comprar a “cabra velha” e o vinhito para confeccionar tão típico repasto, o executivo pensou, pensou, pensou e decidiu. - È agora ou nunca! vamos ser uma Terra Solidária! - Temos o apoio do Prof. José Hermano Saraiva; – Sim é agora o momento certo! Quando o rendimento familiar está no limite da sobrevivência, o tecido empresarial não existe, só nos resta identificar os Mirandenses como solidários, é assim que os mais carenciados sobrevivem nas graves crises, nas guerras e catástrofes.
Estou verdadeiramente feliz, até que enfim que somos uma Terra Solidária, agora ninguém nos segura, temos uma bandeira, a da Solidariedade, sempre é mais nobre e eticamente correcta em tempos de crise, e quando já muitos Mirandenses só se lembram do cheiro da chanfana , estamos com sorte, a solidariedade não se compra no talho! Boa.
- Terras Solidárias, Minhas Senhoras e Meus Senhores de Miranda do Corvo, não são só as que possuem algumas infra estruturas de apoio aos jovens, às mulheres e aos idosos, são também aquelas terras em que o poder actua com políticas de desenvolvimento, perante as necessidades dos restantes cidadãos, os que trabalham; os que querem trabalhar e não têm emprego; os que querem deslocar-se facilmente não têm trem, não têm metro, não têm ponte no Cabouco e não têm alternativa nas Vendas de Ceira de acesso á estrada de Beira.
O mais grave, é esta Terra Solidária que só motiva a implantação de grandes supermercados, mas não motiva aqueles que tem objectivos e vontade de investir na Industria transformadora, enfim produzir algo, criar riqueza e postos de trabalho.
Aqui está a verdadeira e diferente visão de igualdades de oportunidades e de solidariedade ao alcance de todos para o nosso Concelho.
Perceberam a diferença? Ainda bem.
José Mário Gama – 17-06-2008

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Águas cada vez mais turvas

Desde há muitos anos que a água, no concelho de Miranda do Corvo, tem sido arma de arremesso para se conquistarem mais alguns votos junto dos munícipes/eleitores. Se o anterior executivo era criticado por não investir no sector das águas, por não publicitar as análises ou até por ser negligente, o actual aguarda ansiosamente as obras das Águas do Mondego para ter água com qualidade e em quantidade. A partir de 2010, mais coisa menos coisa, a única preocupação será só cuidar da água das piscinas porque nas torneiras não faltará.
Grande parte das famílias da vila já instalou filtros nas suas casas, já se habituou a comprá-la no supermercado ou, para poupar, juntou aquela molhada de garrafões e foi à nascente enchê-los com o precioso líquido convencidos de que é água potável. Mesmo que não seja, desde que não tenha cor, cheiro ou sabor, tal como nos ensinaram na escola, está em condições de ser consumida e não venham lá com esquisitices porque o que não se vê, não se sente.
Mas infelizmente nas nossas torneiras, por todo o concelho, continua a jorrar água turva, a cheirar e a saber mal. Quando fervida deixa nas paredes dos recipientes um depósito tão grande de impurezas que só de olhar desanima qualquer humano de a consumir. Mas a verdade é que é esta a água que pagamos por boa, que na factura ao longo de dois meses vai subindo impiedosamente de escalão. Mas não deviam ser os munícipes a pagá-la porque « Se um comerciante de bens alimentares vende um produto impróprio ou com prazo de validade ultrapassado sujeita-se às devidas consequências legais podendo, em determinadas circunstâncias, ser acusado de crime contra a saúde pública, através da fiscalização de diversos organismos do Estado, desde a Inspecção das Actividades Económicas até ao Ministério Público (naquele tempo não existia a ASAE – nota minha). Em Miranda é a Câmara que vende um produto impróprio com riscos para a saúde das pessoas e das crianças ».
Moral da história: Actualmente, desde que se cumpra a lei informando os consumidores com avisos afixados nos fontanários, de que a água não é controlada sendo, por isso, imprópria para consumo humano, os responsáveis autárquicos já podem dormir descansados. Mesmo que essa água vá entrar directamente no circuito de abastecimento!
Texto da autoria da vereadora do PS, Profª Ana Gouveia, publicado no Diário As Beiras.

Pecados esquecidos…

Fui presenteada com um conjunto de recortes de jornais, onde é fortemente criticada a actuação do antigo presidente da Câmara Municipal de Miranda do Corvo e de todo o seu executivo, eleitos pelas listas do Partido Socialista. A amplitude das críticas aí veiculadas é muito vasta: a má qualidade da água, a falta de saneamento, o PDM ultrapassado, as placas nos monumentos como marca de vaidade, a zona industrial, as festas de verão, a Expo-Miranda, a feira do mel, especialmente estas últimas consideradas autênticos desperdícios de dinheiros públicos. São notícias a explorar porque transmitem a opinião demolidora de quem as escreve especialmente pela comparação com a sua acção.
A sua leitura deixou-me incrédula e a pensar que a frase, que muitas vezes se ouve em campanha eleitoral: são todos iguais (os políticos), querem é poleiro! Assenta que nem uma luva. Explicamos aos que fazem este tipo de comentários que não é assim, que ainda há pessoas diferentes mas alguns desempenhos tiram-nos a razão.
O mais recente exemplo é o boletim municipal que está a ser distribuído pelo correio aos munícipes de Miranda do Corvo. Constituído por 84 páginas impressas em papel de alta qualidade, inclui mais de 250 fotografias a cores e teve uma tiragem de 6500 exemplares. Este boletim usa ainda os meios da Câmara Municipal através do sector de Produção e Comunicação Audiovisual da CMMC, o que não sei se é bom por existir este sector numa câmara desta dimensão ou se é mau por agravar o custo de uma publicação supérflua. As fotografias são criteriosamente escolhidas para que não apareça alguma persona non grata, pelos dedos de uma mão contam-se as fotos em que isso acontece. Pelo contrário, aparecem as figuras que convém realçar, nada é deixado ao acaso. A obra do executivo é exaustivamente descrita e elogiada porque, está lá escrito, os eleitores, não os mirandenses, os eleitores, têm direito de exigir ser informados dos principais aspectos da gestão autárquica. Claro que ninguém da oposição foi ouvido, teve qualquer interferência ou foi informado acerca deste assunto. Foram completamente ignorados.
Quando em editorial se afirma: que o dinheiro é insuficiente para tantas necessidades; que defendem uma gestão rigorosa que evite desperdícios; que aos autarcas compete não esbanjar meios financeiros e humanos pelo que se lhes impõe uma definição criteriosa de prioridades, é difícil levar a sério uma publicação cara, que desperdiçou meios, sumptuosa. Falta contabilizar a quantidade de árvores abatidas para a produzir mas isso deixo para os ambientalistas.
O mais absurdo, o que não se entende, é como se repete, gastando incomparavelmente mais, um erro que foi ferozmente criticado nos jornais e nas sessões de câmara. Se o desperdício de um boletim vergonhosamente caro que só serve para fins eleitoralistas e para culto da personalidade não é motivo para embaraço, a falta de coerência, a vigilância a que somos sujeitos quando nos expomos a criticar ou o pudor de poder ser apanhada em falso deveriam ser motivos suficientes para nunca editar uma publicação deste género.
Falta esclarecer que todas as cópias que me foram oferecidas são artigos escritos pela actual presidente da Câmara Municipal de Miranda do Corvo, Dra. Fátima Ramos enquanto vereadora na oposição.
Muito bem prega Frei Tomás! faz o que ele diz, não faças o que ele faz…
Texto da autoria da vereadora do PS, Profª Ana Gouveia, publicado no Diário As Beiras.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Condecorações e outras distinções...

Condecorações e outras distinções…
“A Honra ao Mérito consiste num título de virtude dado a pessoas ou organizações que atingiram o reconhecimento público das suas actividades. Este reconhecimento surge, muitas vezes, de uma postura ética para com a sociedade, ou, ao menos, a um grupo relevante desta.”
Esta definição, retirada da Wikipédia, é do senso comum e reflecte com fidelidade o significado atribuído a estas duas palavras tão importantes quando pronunciadas isoladas, duplamente quando as juntamos.Em Miranda do Corvo, a 1 de Junho, dia do seu Feriado Municipal, a autarquia distingue com o Louvor ao Mérito diversas personalidades.
É no âmbito das suas profissões, das suas longas carreiras, dos seus feitos desportivos, da sua coragem, do seu conhecimento, enfim, dos êxitos que alcançaram e os tornaram notáveis ao longo do ano ou da vida, que mereceram ser reconhecidos. Este ano não foi excepção e com uma ou outra falta lá estavam todos presentes para receberem o reconhecimento ao seu valor.
No meio de tantos prémios justos atribuídos a pessoas boas que realmente contribuem ou contribuíram durante uma vida profissional activa para o engrandecimento de Miranda do Corvo, escondeu-se um, que é uma verdadeira vergonha, uma aberração no meio de todos pelo seu cariz, pela sua origem. Esse prémio foi atribuído ao marido da presidente, seu chefe de gabinete. Um prémio de honra ao mérito, proposto pelos seus pares, com os votos contra da oposição, o único com votos contra, por ele ter saído ileso num processo de averiguações. Este processo foi pedido pelos vereadores da oposição e seria uma normal averiguação na defesa da transparência de atitudes.
Na sequência deste voto de louvor foi proposto, pelos mesmos, um voto de censura, à vereadora da oposição, eu própria, por ser a “mentora” de tão grande “afronta” ao sr. engº. Uma mentira, uma suposição que pretendem suportar, sabe-se lá com que fim, quando existe um documento assinado e assumido por três pessoas, vereadores, mas teimosamente atribuído, por eles, só a uma.
Na sessão seguinte este engº galardoado com a honra ao mérito, passou mais de vinte minutos a insultar os vereadores da oposição, que se tinham ausentado da sala alegando que uma sessão de câmara não é um tribunal e que o chefe de gabinete não podia ser juiz em causa própria.
Com direito a um ponto especial na agenda da sessão de câmara, com a complacência do vice-presidente e de outro vereador do PSD, chamou cobardes e dirigiu-se de forma baixa e mal-educada aos vereadores do PS. Está tudo nas actas e não há lá nenhuma intervenção da mesa, dos ouvintes. Ainda há a possibilidade de mais surpresas depois de ser ouvida a gravação… quando ela for facultada, porque isto já se passou em Abril e até agora ainda nada foi facultado!Como é que uma pessoa consegue percorrer, o espaço entre o seu lugar e o local da recepção do seu troféu? Será que não pensa o que está ali a fazer entre tanta gente que lutou duramente pelo mérito que lhe estavam a prestar, sem pensar sequer nisso? Não teve vergonha de receber um prémio atribuído naquelas circunstâncias? O que é que este homem fez para ser reconhecido? Insultar e humilhar dá direito a prémios? É só o marido da presidente de câmara e seu chefe de gabinete. Nessa qualidade tem tempo de sobra para pensar em disparates. Mentes desocupadas sempre foram más conselheiras.Mas isto passou-se, acreditem.
A esmagadora maioria das pessoas que ali estava nem sonha que isto se passou e aplaudiu, será que aplaudia se soubesse?Graças a Deus tive outras coisas muito importantes para fazer neste dia e fiquei muito feliz por isso! Ou engolia mais um sapo ou lá estava outra vez, na rua em frente à câmara porque tinha abandonado a sessão, por muito solene que fosse!
Ana Gouveia
12/06/2008
Texto publicado no diário AS Beiras

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Relatividade- Filhos e enteados


Não, não se trata da Teoria de Einstein que provocou profundas alterações na física clássica, nada de expectativas, trata-se simplesmente da constatação de factos que vamos relacionar porque têm origem na mesma empresa e merecem a nossa reflexão.
As expropriações de terrenos a particulares são reconhecidamente necessárias à causa pública. Tomadas as decisões para as obras é iniciado o difícil e moroso processo de expropriações. Difícil, porque os valores atribuídos às propriedades nunca são os esperados pelos proprietários que, sentindo-se espoliados, recorrem aos tribunais para defender os seus direitos.
Vamos aos factos.
As Águas do Mondego estão a iniciar em Miranda do Corvo os trabalhos de abastecimento de água à vila. A empresa que trata das expropriações está a fechar os contratos com os proprietários a dois euros o metro quadrado por terrenos de reserva florestal.
Para começar de uma forma positiva destacamos o preço unitário dos terrenos, igual para todos o que não provoca discórdia,
O ponto negativo tem a ver com a perspectiva do copo meio cheio e meio vazio. Para o expropriante o terreno é bem pago, para o expropriado está abaixo do seu valor.
Analisando do lado do proprietário é o investimento de uma vida, um rendimento que passa de geração em geração como um pé-de-meia para uma necessidade mais premente.
Em contraste com a sovinice destas expropriações está o relatório e contas da empresa de 2006 e aí começamos a pensar melhor e a fazer outro tipo de contas ao verificarmos as elevadíssimas remunerações atribuídas aos membros dos órgãos de administração da Sociedade.
Para parte deles esta não é a sua principal ocupação e interrogamo-nos para que é preciso tão alargada administração pois alguns só se devem conhecer numa ou noutra reunião, para fazer jus à remuneração e regalias…
Vamos então ver o que cada um recebeu: Presidente do Conselho de Administração 15.614,36 euros; Administrador executivo I 86.508,66 euros; Administrador executivo II 71.904,45 euros; Administradores não executivos I e II 11.944,52 euros. Vendo ainda melhor, os directores não executivos recebem quase mil euros mensais por fazerem parte, por inerência de funções, desta grande empresa.
Onde está afinal a moral da história? Os terrenos fundamentais para as obras, sem os quais elas não seriam possíveis e que significam muito para os seus proprietários é oferecida “tuta-e-meia”. A informação que se faz passar é de que são muito bem pagos, que nem vale a pena recorrer à justiça porque é só gastar dinheiro e não se adianta nada, isto é, come e cala! Por outro lado, o administrador não executivo recebe, cada mês que passa, o equivalente a um terreno de quinhentos metros quadrados!
Tudo é relativo: é fundamental o abastecimento de água potável às populações, são importantes os cargos e a remuneração atempada dos administradores, que se lixem os proprietários que ficam sem os terrenos e que no futuro vão pagar a factura da água ao mesmo preço que os outros, ao menos que seja potável!
Texto da autoria da vereadora do PS, Profª Ana Gouveia, publicado no Diário As Beiras.

XVII EXPO-MIRANDA

Ontem, em Miranda do Corvo, realizou-se a abertura oficial da Expo 2007 que decorrerá até ao dia 3 de Junho.
A sua primeira edição, em 1991, foi obra do Dr. José Lopes enquanto Presidente da Câmara Municipal. Uma feira com a dimensão possível para a época que tinha como objectivo mostrar as potencialidades do Concelho em várias áreas: serviços, agricultura, comércio, indústria, artesanato, cultura, colectividades e gastronomia.
Integrando o Feriado Municipal, 1 de Junho, foi desde sempre um local de encontro dos mirandenses nas noites amenas de Primavera.
Nos primeiros três anos realizou-se em recinto aberto, a partir daí trancaram-se as portas: para maior segurança dos expositores e visitantes, na versão oficial, mas também para minimizar as despesas que um evento destes acarreta.
A diversão, com base na “prata da casa”, pretendia manter a feira viva e atrair pessoas que de outra forma não a iriam visitar. Fez-se, em pouco tempo, um espaço privilegiado de exposição, de compra e de venda.
Como muitos negócios são feitos à volta da mesa, as tasquinhas começaram timidamente a aparecer como uma mostra da gastronomia da região. Depressa se propagaram e agora são uma oportunidade para muitas colectividades angariarem verbas que escasseiam ao longo do ano.
Acompanhando a dimensão regional que adquiriu, os cartazes de entretenimento começaram a ser cada vez mais ambiciosos mas o crescimento da exposição justificava a vinda de nomes sonantes.
O prestígio que granjeou aumentou o número de expositores de tal forma que já escasseava espaço para os colocar.
Mas o certame evoluiu de uma forma contrária aos objectivos iniciais, isto é, o comércio e indústria que lhe davam vitalidade e consistência passaram para segundo plano dando a primazia à parte do divertimento. Por caprichos da economia ou por opção dos organizadores, o que era uma forma de atrair gentes passou a ser a vertente mais forte da feira.
As mudanças são significativas: os bares multiplicam-se, maiores ou menores, vendem muita cerveja e shots para atrair o público mais jovem; a publicidade feita aos artistas e o destaque que lhes é dado ofuscam muitos festivais de Verão; as bancas de marroquinaria proliferam; aumenta o número de tasquinhas. Há pouco comércio e menos indústria porque não há oportunidades de negócio. Muitos continuam presentes para não quebrarem um hábito ou para não desagradar, os números dizem que os expositores têm vindo a diminuir.
Como há pouco para mostrar ao menos que haja música, que o povo se divirta. Os grandes negócios vão ter de esperar por melhores dias.
No cartaz de divulgação deixou-se cair a conta a quantas feiras já se realizaram, vá-se lá saber porquê! Será que foi opção do criativo ou chegaram à conclusão que têm de mudar o nome do que foi uma exposição e passou a ser um festival? Vamos esperar para ver.
Texto da autoria da vereadora do PS, Profª Ana Gouveia, publicado no Diário As Beiras.

XVII Expo-Miranda (2)

Longe de mim estar hoje a repisar o mesmo tema de há quinze dias mas enfim, preciso rebater algumas ondas de choque que se formaram. Ondinhas direi eu, porque o choque não foi muito grande, a “bomba”, leia-se o artigo de opinião, não era de muita potência. Pensava eu que quase inócuo. Mas não, o facto de ter chamado a atenção para duas ou três coisas sobre o evento em epígrafe, parece que cometi um crime de Lesa-majestade. Tive direito a umas indirectas numa sessão solene, essa é que é essa! Pena foi que só descodificou as mensagens quem leu o artigo do dia anterior, não foram muitos na sala mas foram alguns.
Já poucas coisas me amedrontam.... Também não tenho o rabo preso em lado nenhum e para ter sucesso nas áreas em que me movimento tenho de dar o litro, suar as estopinhas.
Sou uma Mirandense que só foi nascer a Coimbra porque já nessa altura era um bocado atravessada e não nasci em casa como os meus irmãos. Tenho servido, desde sempre as gentes da minha terra dentro das minhas possibilidades e conhecimentos. Tenho, por estes motivos e por muitos outros que seria desinteressante enumerar, legitimidade para criticar ou chamar a atenção para o que me apetecer sem ter de ser recriminada por isso.
Tudo a propósito da XVII Expo-Miranda que ousei criticar porque o certame derivou completamente dos objectivos que levaram à sua criação.
Quando escrevi o artigo, acentue-se de opinião, ainda não tinha aberto a Expo, motivo pelo qual, procurei ser cautelosa e dar o benefício da dúvida à autarquia e à organização. Depois de uma primeira visita, na abertura, verifiquei que fui demasiado benevolente, quase caricata.
É verdade, referi-me à parte festivaleira e nem esta se salvou dos escombros. O que marcou pontos foram as tasquinhas. Umas mais que outras, porque não é fácil estar ao lado dos Bombeiros de Miranda que, pela causa que abraçam, pela simpatia que granjeiam e pelo dinamismo que imprimem à sua actividade, são imbatíveis. Outros houve que não ganharam para o gasto da deslocação.
Mas continuemos, a indústria foi quase invisível, ou seja, foi o reflexo perfeito da zona industrial que temos. Não posso dizer que não esteve lá nada representado mas posso garantir que foi quase nada. O comércio estava representado através de pouquíssimos comerciantes alguns dos quais nem sequer eram do Concelho.
As colectividades e escolas continuaram a marcar presença com as suas exposições, muitas delas com muito bom gosto e imaginação.
Tirando os pequenos grupos que se juntavam à volta das suas colectividades e as enchentes à hora dos dois espectáculos mais mediáticos, pode-se dizer que a feira estava muito triste. Para não falar de casos de muito mau gosto que ocorreram, pouco dignificantes para o certame mas dos quais me abstenho de falar porque estão a ser deslindados para se apurarem responsabilidades.
Os jornais já transcrevem o pensamento dos responsáveis quando fazem o balanço, falam do carácter lúdico e da vertente mais cultural do evento, o que significa que no artigo que escrevi tive razão.
Como as anteriores, estas críticas poderiam servir para melhorar, para repensar seriamente as próximas mostras.
Ninguém é indiferente a críticas. Uma forma de conviver com elas é usá-las para aprender, melhorar e corrigir.
Caem em saco roto nas pessoas que só olham para o seu umbigo porque pensam que são os donos da razão. Aos que só ouvem os que os rodeiam, os apaparicam e os bajulam com medo de perder algum tacho ou de parecerem ingratos.
Miranda não vive só de inaugurações ou outras festas com música e foguetes. Essa é a parte que recria o espírito de quem trabalha e precisa de descansar e de se divertir, uma parte imprescindível mas não vital. Miranda precisa de uma Expo que a dignifique, onde estejam presentes a sua cultura, as suas tradições mas que tenha uma parte comercial e industrial saudável e robusta.
O seu povo precisa de muito mais investimento que gere emprego. Precisa de melhores, muito melhores, condições para agarrar as suas gentes à terra e para acolher as pessoas que a demandam à procura de uma vida com qualidade.
Texto da autoria da vereadora do PS, Profª Ana Gouveia, publicado no Diário As Beiras.



Fausto Correia na Assembleia Municipal de Miranda do Corvo

A morte de Fausto Sousa Correia causou uma onda de consternação que abalou o país e ainda nos custa a aceitar esta realidade deixando-nos incapazes de fazer uma avaliação sobre as consequências imediatas do seu desaparecimento.
Trabalhei com ele pouco tempo e não serei certamente a pessoa mais indicada para traçar o seu perfil, no entanto, não quero deixar passar este momento sem lhe prestar a minha modesta homenagem.
Não há pessoas insubstituíveis, sabemos disso, mas a dimensão deste homem tinha uma importância tal que deixa um vazio difícil de preencher.
A sua actividade política extravasou o espaço geográfico onde se criou chegando a deputado, governante, gestor público e ultimamente eurodeputado.
Como cidadão foi destacado dirigente de várias associações e colectividades, jornalista, homem de sociedade. Não admira que da direita à esquerda, o país tenha reagido consternado à notícia da sua morte! Era um verdadeiro exemplo de prática democrática.
Miranda do Corvo habituou-se a contar com Fausto Correia e agora apercebo-me que não fomos só nós, todos contavam com ele. De registar a sua disponibilidade quando precisávamos de alguém com prestígio para nos representar ou quando se tratava de resolver problemas aos Mirandenses, em Coimbra, em Lisboa ou em Bruxelas, o nome que vinha sempre à cabeça era Fausto Correia.
Foi presidente da Assembleia Municipal entre 1997 e 2001, mas antes e depois desta data foi deputado municipal. Neste órgão autárquico demonstrou a sua invulgar capacidade de diálogo e de conhecimento sobre o seu funcionamento que lhe granjearam o total respeito dos seus pares e do público. A sua palavra fluente era ouvida com atenção e os seus pareceres acatados com toda a naturalidade. Sabia conviver com a vitória ou a derrota pois a vontade de servir Miranda e ser útil à terra e aos habitantes que considerava seus conterrâneos sobrepunha-se ao resto.
Nestas funções demonstrou o seu carácter e espírito de isenção sem nunca ser capaz de colocar o seu partido à frente dos superiores interesses de Miranda. Surpreendia-me o silêncio e a atenção de todos quando levantava o braço a pedir a palavra. A sua acção pautava-se pelo esclarecimento, pelo incentivo, pelos conselhos e não admitia atropelos à legitimidade democrática.
Os Mirandenses vão sentir a falta do seu jogo de cintura para conciliar tendências, acalmar tensões, aproximar pessoas e evitar confrontos, nesta terra que considerava como sua, pois seu avô e seu pai eram naturais de Cadaixo, uma pequena aldeia da freguesia e concelho da Miranda do Corvo.
O seu interesse pela sociedade civil reflectia-se na participação nas colectividades mais representativas.
Muito humano, dedicava-se às pessoas com quem convivia interessando-se por pormenores como a situação familiar, o nome dos filhos, as referências elogiosas aos amigos com quem agora se foi encontrar…
Para dar colo a tanta gente, para desempenhar tantos cargos e funções a sua mulher e filhos, foram suficientemente fortes para superar as prolongadas ausências. A eles que o dividiram com Miranda, Coimbra, Lisboa e um pouco com todo o mundo quero apresentar os mais sentidos pêsames e desejar que ultrapassem com resignação a dor que os atingiu.
Tenho a certeza que os Mirandenses saberão perpetuar a sua memória.
Texto da autoria da vereadora do PS, Profª Ana Gouveia, publicado no Diário As Beiras.

Miranda do Corvo Centro Histórico, que futuro?


A consciência de que é necessário preservar o património monumental e cultural está cada vez mais interiorizada nos responsáveis pelas autarquias e em cada um de nós.
A carta de Amesterdão em 1975 veio chamar a atenção colectiva, pela primeira vez, para o avançado estado de deterioração dos centros históricos na Europa, tornando-se um ponto de partida para a criação de políticas de reabilitação.
Também por cá se começou a investir na recuperação dos centros históricos porque a degradação está a acabar com a nossa memória, avançando a olhos vistos, mas o investimento na habitação tem um peso diminuto na despesa pública.
Apesar de recentemente sujeito a obras de beneficiação de pavimentos, nova iluminação e recuperação de um edifício público, não é preciso subir muito alto para constatar a situação de ruína dos imóveis no chamado centro histórico de Miranda do Corvo.
É um aglomerado que desce da igreja ao rio, numa sequência de casas que identificamos ainda com os primeiros proprietários, muitos dos quais mantinham ligações sentimentais com os seus prédios e com os seus vizinhos.
Se já muitas sofreram grandes ou pequenas reparações, outras há que nunca mais foram intervencionadas e neste momento estão em completa ruína. Os telhados já há muito abriram grandes buracos e as paredes frágeis tentam aguentar o que noutros tempos foram casas fervilhantes de vida.
Além do envelhecimento e abandono, a desertificação é um problema que tem de ser combatido rapidamente. Na Avenida José Falcão, sala de visitas da vila, habitam duas famílias. O que subsiste nesta artéria, o comércio, não tarda também a desaparecer porque grande parte dos estabelecimentos comerciais fica por baixo de imóveis degradados. Alguma vitalidade que ainda lá existe é devida à presença de serviços municipais. É assustadora a falta de investimento!
Ao nível do Estado, são diversos os programas criados para ajudar os proprietários a recuperar os imóveis e a repovoar os centros mas as suas limitações tornam-nos quase inacessíveis. Fala-se de um novo programa que vai valer por todos, esperemos para ver. As políticas de financiamento são desadequadas, não passam de panaceias, não resolvem problemas.
Neste contexto recupera-se para remediar. A procura do arrendamento é diminuta apesar de ser a única alternativa para a ocupação dos imóveis. Ter um prédio para rendimento já foi chão que deu uva… as rendas estão cada vez mais distantes do valor necessário à manutenção e a apetência do mercado para adquirir imóveis degradados é pouca. Os novos habitantes nas zonas históricas são pessoas que procuram casas baratas para viver (estratos sociais em risco), solução provisória de residência e alguns que gostam de desfrutar destes sítios por razões culturais.
O aproveitamento turístico é uma vertente a considerar, passa pela autarquia divulgar todas as potencialidades. A proximidade a Coimbra e o aumento de população que demanda habitação, são argumentos de peso para atrair à zona histórica potenciais clientes. As infra estruturas existentes para a educação dos filhos, as colectividades com actividades culturais, desportivas de competição e lazer contribuem para chamar pessoas a instalarem-se, de forma a tornar o centro apelativo e competitivo sem as ruínas actuais, com a qualidade de vida que se deseja para todos.
Outra mentalidade vai emergir seguramente. Com a pesada carga de impostos e as taxas de juro a subir não vai haver espaço para endividamentos. Como já é prática nos países nórdicos, não tarda a que as pessoas percebam que o mais fácil é arrendar casas, com as vantagens que daí advêm: não pagam IMI, não agravam o IRS, não pagam condomínio, podem mudar com frequência adaptando as casas às várias fases da vida. O contra argumento é que pelo menos um dia vão ser proprietários e em casas arrendadas nunca serão. Pois não direi eu, mas passaram uma vida descansada. Sem impostos para pagar várias vezes ao ano e sem obras para fazer. Sorrindo para a humidade que atravessa as paredes e pensando que daí a uns dias poderão estar noutra com muito melhores condições.
Texto da autoria da vereadora do PS, Profª Ana Gouveia, publicado no Diário As Beiras.


O que é a verdade?

Difícil é viver a verdade na relação com o próximo e no confronto consigo mesmo. Penoso é viver de maneira ética e verdadeira, como penoso é escrever este artigo sobre a verdade, conceito filosófico e místico que poucos conhecerão.
Há quem acredite que uma mentira repetida várias vezes passa a ser verdade, infelizmente uma técnica usada vezes demais. Os perigosos são estes, porque são os que lançam os boatos, as intrigas, as sementes das calúnias das maledicências.
Falam com sorrisos nos lábios, enganando, ludibriando, com a desfaçatez própria de quem diz a maior verdade…mentindo.
Pode ser utopia mas acredito que a verdade tem que prevalecer doa a quem doer, por mais dura que seja, é sempre uma forma de aprender, amadurecer, lidar com novas situações.
Assisti recentemente a um discurso, não lhe posso chamar defesa porque não existiu ataque, de alguém com responsabilidades políticas numa autarquia, marido da presidente da autarquia, que afirmava ter sido perseguido no mandato do anterior presidente, sempre o anterior presidente! Aliás, assistiu-se a uma intervenção sem fundamento, sem contexto e ferida de ilegalidade. Atente-se que este perseguido alegava que o seu degredo foi ficar num gabinete sem trabalho durante três anos. Foi contrariado nas suas afirmações por um vereador presente na sala, conhecedor da situação. Ora, este assunto não seria relevante para o texto se o discurso não tivesse outra motivação: rebater a acusação de uma vereadora. A vereadora referiu num texto a perseguição a funcionários pelo executivo e foi instada, na sessão, a apresentar nomes de funcionários perseguidos. Assim, referiu um que, na sua opinião, se inseria naquele perfil.
O primeiro, o tal senhor com responsabilidades políticas, perseguido ou não, teve direito a apropriar-se do microfone e numa sessão de câmara ser juiz em causa própria, defendeu-se e só não disse, porque não achou relevante, que continuou sempre a receber, mensalmente, o seu salário de técnico superior, certinho, como manda a lei, como lhe era devido.
A segunda, a tal funcionária perseguida pelo executivo referida pela vereadora, uma mulher, uma mãe, ainda não deixou de gastar o dinheiro que nunca teve, em tribunais e advogados. Ficou sem emprego, com um filho menor para criar, uma casa recém construída para pagar, com dívidas do seu empréstimo, sobrevivendo graças à sua família mais próxima e impossibilitada de arranjar um emprego o que ainda tem sido mais cruel. O que esta jovem está a passar é de uma violência extrema, porque persiste há mais de seis anos numa verdade nua, crua, incómoda e inegável que, por mais que queiram, ninguém pode nem vai esconder.
Há muito, muito para contar porque todas as histórias têm um fim…
Para já, a única verdade é a realidade!
PS: No Dia do Trabalhador dedico este artigo à Dina, ela sabe porquê!
Texto da autoria da vereadora do PS, Profº Ana Gouveia, publicado no Diário As Beiras.

Vila Nova Uma freguesia dinâmica

A freguesia de Vila Nova no concelho de Miranda do Corvo com pouco mais de mil habitantes, ergue-se a meio da serra como o “Mirante do Concelho” e celebrou o centenário da sua fundação no dia 14 de Junho de 2007 com várias cerimónias em que foram homenageados os seus fundadores.
Os autarcas estão para servir o povo, já o afirmei várias vezes e o presidente desta freguesia é um verdadeiro exemplo disso.
Natural de Coimbra, José Godinho, regressou às suas origens, terra dos seus avós, onde casou, teve os seus filhos e vive. Homem simples, não um simplório. Determinado. Sonha e a obra aparece. Vive intensamente o seu discurso fluente porque diz o que pensa com emoção.
A sua acção extravasa em muito o que é vulgar num presidente de junta. Causa incómodo porque não cria dependências de ninguém próximo. É ele que idealiza e procura a concretização. É um desalinhado das ideias feitas, um inconformado que só pensa na sua freguesia e no conforto das suas gentes.
Não lhe presto uma homenagem, faço antes um reconhecimento pela obra feita em que se destacam:
O Observatório Astronómico e da Natureza António dos Reis (fundador da freguesia), já visitado por mais de um milhar de pessoas, na maioria alunos do distrito e da região e por astrónomos de renome nacional;
O parque eólico com uma potência de 26 mgw, um dos primeiros do distrito de Coimbra a ser construído. Negociações que foram iniciadas em 1996, entre a junta e a empresa exploradora;
O cemitério projecto e obra da sua responsabilidade e dos seus colaboradores;
Criação de uma equipa de sapadores florestais a trabalhar diariamente nos terrenos baldios da freguesia;
Oferta de uma carrinha ao Centro de Saúde para transporte do pessoal médico e de enfermagem a consultas domiciliárias em todo o concelho, através de um protocolo com a Administração Regional de Saúde;
A realização anual do Festival de Música Celta, Folknova que já vai na quinta edição, com grupos de reconhecido valor nacional e internacional;
Construção de novos espaços religiosos nos lugares de Souravas e Pisão;
Apoio às colectividades da freguesia e a outras do concelho que têm contribuído para a sua dinamização cultural, desportiva e recreativa. Merece destaque a Associação de Jovens de Vila Flor e Meroucinhos, a mais dinâmica, que reeditou o Jornal “A Torga” suspenso há algum tempo;
Apoio aos alunos da freguesia que culmina com uma viagem de final de ano lectivo;
Projecto da “ Floresta personalizada” dirigida às crianças de todo o concelho que consta da plantação de uma árvore, com o nome do plantador para lhe criar a responsabilidade de cuidar dela toda a vida.
Poderia enumerar muitas mais mas estas são emblemáticas e retratam bem o homem que as promove.
No dia 16 de Setembro celebrou-se a geminação de Vila Nova com S. Martinho de Anta (Sabrosa) de onde era natural Adolfo Correia da Rocha que se celebrizou com o pseudónimo Miguel Torga. Presidiu o Secretário de Estado da Cultura, Dr. Mário Vieira de Carvalho numa cerimónia bastante participada. Não foi uma geminação sem conteúdo, pelo contrário, revestiu-se de uma vertente cultural e ideológica consistente. Miguel Torga foi o grande elo de ligação e apesar dos poucos anos passados em Vila Nova, foi muito importante a sua presença na freguesia que tem enaltecido, como poucos, a sua vida e obra.
Por tudo isto José Godinho é credor da nossa estima e admiração.
Texto da autoria da Vereadora do PS, Profª Ana Gouveia, publicado no Diário as Beiras

sexta-feira, 6 de junho de 2008

TOMADA DE POSSE DO PRESIDENTE DA CONCELHIA


Caro Presidente da Federação,
Estimados Camaradas,
Queridos Amigos.
Antes de mais quero agradecer a vossa presença. Saúdo de forma especial o meu antecessor e toda a equipa que liderou o PS num momento difícil. O camarada Mário Cardoso exerceu o mandato de formaempenhada e dedicada, pelo que lhe é devido um merecido agradecimento.
Mas o momento é de mudança. Começa hoje um novo ciclo na Comissão Politica Concelhia do Partido Socialista de Miranda do Corvo.
Espero que todos os militantes adiram ao nosso projecto, pois só assim será possível ter um PS unido, forte e preparado para os três combates eleitorais que se avizinham. Para isso será necessário reorganizar de imediato o funcionamento do partido a nível local. Destaco algumas medidas a tomar:
Dando cumprimento aos Estatutos do PS vamos apoiar e trabalhar em conjunto com todos os autarcas eleitos para os órgãos locais.
Vamos apostar na comunicação para o exterior, sendo presença contínua na Comunicação Social, de modo a dar maior visibilidade às actividades desenvolvidas e às nossas posições políticas. Nesse sentido, pretendemos também publicar um boletim periódico e criar uma página na Internet.
No âmbito da CPC, vamos redefinir a política a desenvolver no âmbito do concelho. Tal será feito à luz dos Estatutos e dos Princípios do PS, não esquecendo as posições até agora assumidas e respeitando sempre os interesses de Miranda.
Vamos reforçar a militância, promovendo a participação activa dos militantes nas acções a desenvolver e aumentando o número de militantes de forma significativa.
Vamos descentralizar o PS/Miranda do Corvo, fomentando a realização das reuniões da CPC nas freguesias.
Vamos dar força aos nossos jovens, trabalhando em parceria com a Juventude Socialista, desenvolvendo actividades conjuntas e apoiando as acções que os jovens socialistas do concelho pretendam desenvolver.
Vamos abrir o PS/Miranda à comunidade mirandense, realizando reuniões sectoriais e mantendo um diálogo permanente com as colectividades do concelho. Vamos afirmar o PS/Miranda a nível federativo e nacional, assegurando a justa participação de militantes concelhios nos órgãos federativos e nacionais e em funções de nomeação política.
Por fim, vamos também lutar pela inclusão de um militante mirandense na lista de deputados à Assembleia da República nas próximas eleições legislativas.
Caras e caros Camaradas,
Miranda do Corvo sempre foi um concelho de tradição socialista. Porém, em mais de trinta anos de poder autárquico democrático, o PS apenas conduziu os destinos de Miranda durante oito anos. O nosso principal objectivo está assim bem definido: vencer as eleições autárquicas de 2009.
Mas, para o conseguir, devemos preparar, com tempo, um projecto alternativo ao actual executivo de direita, que respeite os princípios do PS e no qual se revejam os mirandenses.
Vamos deixar de ser a oposição e vamos passar a ser a alternativa, pois só assim poderemos governar Miranda do Corvo.
Esta alternativa começa agora a ser desenhada. No âmbito da CPC vamos criar grupos de trabalho nas mais diversas áreas da governação autárquica, sempre liderados por militantes do PS e que contarão com o contributo de independentes.
Vamos trabalhar todos para que o PS vença as eleições autárquicas de 2009.
Estamos aqui para trabalhar.
Estamos aqui para dar mais FORÇA ao PS.
Eu acredito na Força dos militantes.
Eu acredito que vamos conseguir.
FORÇA PS.
FORÇA MIRANDA.
Mirando do Corvo, 4 de Maio de 2008
Miguel Baptista