“A Honra ao Mérito consiste num título de virtude dado a pessoas ou organizações que atingiram o reconhecimento público das suas actividades. Este reconhecimento surge, muitas vezes, de uma postura ética para com a sociedade, ou, ao menos, a um grupo relevante desta.”
Esta definição, retirada da Wikipédia, é do senso comum e reflecte com fidelidade o significado atribuído a estas duas palavras tão importantes quando pronunciadas isoladas, duplamente quando as juntamos.Em Miranda do Corvo, a 1 de Junho, dia do seu Feriado Municipal, a autarquia distingue com o Louvor ao Mérito diversas personalidades.
É no âmbito das suas profissões, das suas longas carreiras, dos seus feitos desportivos, da sua coragem, do seu conhecimento, enfim, dos êxitos que alcançaram e os tornaram notáveis ao longo do ano ou da vida, que mereceram ser reconhecidos. Este ano não foi excepção e com uma ou outra falta lá estavam todos presentes para receberem o reconhecimento ao seu valor.
No meio de tantos prémios justos atribuídos a pessoas boas que realmente contribuem ou contribuíram durante uma vida profissional activa para o engrandecimento de Miranda do Corvo, escondeu-se um, que é uma verdadeira vergonha, uma aberração no meio de todos pelo seu cariz, pela sua origem. Esse prémio foi atribuído ao marido da presidente, seu chefe de gabinete. Um prémio de honra ao mérito, proposto pelos seus pares, com os votos contra da oposição, o único com votos contra, por ele ter saído ileso num processo de averiguações. Este processo foi pedido pelos vereadores da oposição e seria uma normal averiguação na defesa da transparência de atitudes.
Na sequência deste voto de louvor foi proposto, pelos mesmos, um voto de censura, à vereadora da oposição, eu própria, por ser a “mentora” de tão grande “afronta” ao sr. engº. Uma mentira, uma suposição que pretendem suportar, sabe-se lá com que fim, quando existe um documento assinado e assumido por três pessoas, vereadores, mas teimosamente atribuído, por eles, só a uma.
Na sessão seguinte este engº galardoado com a honra ao mérito, passou mais de vinte minutos a insultar os vereadores da oposição, que se tinham ausentado da sala alegando que uma sessão de câmara não é um tribunal e que o chefe de gabinete não podia ser juiz em causa própria.
Com direito a um ponto especial na agenda da sessão de câmara, com a complacência do vice-presidente e de outro vereador do PSD, chamou cobardes e dirigiu-se de forma baixa e mal-educada aos vereadores do PS. Está tudo nas actas e não há lá nenhuma intervenção da mesa, dos ouvintes. Ainda há a possibilidade de mais surpresas depois de ser ouvida a gravação… quando ela for facultada, porque isto já se passou em Abril e até agora ainda nada foi facultado!Como é que uma pessoa consegue percorrer, o espaço entre o seu lugar e o local da recepção do seu troféu? Será que não pensa o que está ali a fazer entre tanta gente que lutou duramente pelo mérito que lhe estavam a prestar, sem pensar sequer nisso? Não teve vergonha de receber um prémio atribuído naquelas circunstâncias? O que é que este homem fez para ser reconhecido? Insultar e humilhar dá direito a prémios? É só o marido da presidente de câmara e seu chefe de gabinete. Nessa qualidade tem tempo de sobra para pensar em disparates. Mentes desocupadas sempre foram más conselheiras.Mas isto passou-se, acreditem.
A esmagadora maioria das pessoas que ali estava nem sonha que isto se passou e aplaudiu, será que aplaudia se soubesse?Graças a Deus tive outras coisas muito importantes para fazer neste dia e fiquei muito feliz por isso! Ou engolia mais um sapo ou lá estava outra vez, na rua em frente à câmara porque tinha abandonado a sessão, por muito solene que fosse!
Ana Gouveia
12/06/2008
Texto publicado no diário AS Beiras
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