Fui presenteada com um conjunto de recortes de jornais, onde é fortemente criticada a actuação do antigo presidente da Câmara Municipal de Miranda do Corvo e de todo o seu executivo, eleitos pelas listas do Partido Socialista. A amplitude das críticas aí veiculadas é muito vasta: a má qualidade da água, a falta de saneamento, o PDM ultrapassado, as placas nos monumentos como marca de vaidade, a zona industrial, as festas de verão, a Expo-Miranda, a feira do mel, especialmente estas últimas consideradas autênticos desperdícios de dinheiros públicos. São notícias a explorar porque transmitem a opinião demolidora de quem as escreve especialmente pela comparação com a sua acção.
A sua leitura deixou-me incrédula e a pensar que a frase, que muitas vezes se ouve em campanha eleitoral: são todos iguais (os políticos), querem é poleiro! Assenta que nem uma luva. Explicamos aos que fazem este tipo de comentários que não é assim, que ainda há pessoas diferentes mas alguns desempenhos tiram-nos a razão.
O mais recente exemplo é o boletim municipal que está a ser distribuído pelo correio aos munícipes de Miranda do Corvo. Constituído por 84 páginas impressas em papel de alta qualidade, inclui mais de 250 fotografias a cores e teve uma tiragem de 6500 exemplares. Este boletim usa ainda os meios da Câmara Municipal através do sector de Produção e Comunicação Audiovisual da CMMC, o que não sei se é bom por existir este sector numa câmara desta dimensão ou se é mau por agravar o custo de uma publicação supérflua. As fotografias são criteriosamente escolhidas para que não apareça alguma persona non grata, pelos dedos de uma mão contam-se as fotos em que isso acontece. Pelo contrário, aparecem as figuras que convém realçar, nada é deixado ao acaso. A obra do executivo é exaustivamente descrita e elogiada porque, está lá escrito, os eleitores, não os mirandenses, os eleitores, têm direito de exigir ser informados dos principais aspectos da gestão autárquica. Claro que ninguém da oposição foi ouvido, teve qualquer interferência ou foi informado acerca deste assunto. Foram completamente ignorados.
Quando em editorial se afirma: que o dinheiro é insuficiente para tantas necessidades; que defendem uma gestão rigorosa que evite desperdícios; que aos autarcas compete não esbanjar meios financeiros e humanos pelo que se lhes impõe uma definição criteriosa de prioridades, é difícil levar a sério uma publicação cara, que desperdiçou meios, sumptuosa. Falta contabilizar a quantidade de árvores abatidas para a produzir mas isso deixo para os ambientalistas.
O mais absurdo, o que não se entende, é como se repete, gastando incomparavelmente mais, um erro que foi ferozmente criticado nos jornais e nas sessões de câmara. Se o desperdício de um boletim vergonhosamente caro que só serve para fins eleitoralistas e para culto da personalidade não é motivo para embaraço, a falta de coerência, a vigilância a que somos sujeitos quando nos expomos a criticar ou o pudor de poder ser apanhada em falso deveriam ser motivos suficientes para nunca editar uma publicação deste género.
Falta esclarecer que todas as cópias que me foram oferecidas são artigos escritos pela actual presidente da Câmara Municipal de Miranda do Corvo, Dra. Fátima Ramos enquanto vereadora na oposição.
Muito bem prega Frei Tomás! faz o que ele diz, não faças o que ele faz…
Texto da autoria da vereadora do PS, Profª Ana Gouveia, publicado no Diário As Beiras.
A sua leitura deixou-me incrédula e a pensar que a frase, que muitas vezes se ouve em campanha eleitoral: são todos iguais (os políticos), querem é poleiro! Assenta que nem uma luva. Explicamos aos que fazem este tipo de comentários que não é assim, que ainda há pessoas diferentes mas alguns desempenhos tiram-nos a razão.
O mais recente exemplo é o boletim municipal que está a ser distribuído pelo correio aos munícipes de Miranda do Corvo. Constituído por 84 páginas impressas em papel de alta qualidade, inclui mais de 250 fotografias a cores e teve uma tiragem de 6500 exemplares. Este boletim usa ainda os meios da Câmara Municipal através do sector de Produção e Comunicação Audiovisual da CMMC, o que não sei se é bom por existir este sector numa câmara desta dimensão ou se é mau por agravar o custo de uma publicação supérflua. As fotografias são criteriosamente escolhidas para que não apareça alguma persona non grata, pelos dedos de uma mão contam-se as fotos em que isso acontece. Pelo contrário, aparecem as figuras que convém realçar, nada é deixado ao acaso. A obra do executivo é exaustivamente descrita e elogiada porque, está lá escrito, os eleitores, não os mirandenses, os eleitores, têm direito de exigir ser informados dos principais aspectos da gestão autárquica. Claro que ninguém da oposição foi ouvido, teve qualquer interferência ou foi informado acerca deste assunto. Foram completamente ignorados.
Quando em editorial se afirma: que o dinheiro é insuficiente para tantas necessidades; que defendem uma gestão rigorosa que evite desperdícios; que aos autarcas compete não esbanjar meios financeiros e humanos pelo que se lhes impõe uma definição criteriosa de prioridades, é difícil levar a sério uma publicação cara, que desperdiçou meios, sumptuosa. Falta contabilizar a quantidade de árvores abatidas para a produzir mas isso deixo para os ambientalistas.
O mais absurdo, o que não se entende, é como se repete, gastando incomparavelmente mais, um erro que foi ferozmente criticado nos jornais e nas sessões de câmara. Se o desperdício de um boletim vergonhosamente caro que só serve para fins eleitoralistas e para culto da personalidade não é motivo para embaraço, a falta de coerência, a vigilância a que somos sujeitos quando nos expomos a criticar ou o pudor de poder ser apanhada em falso deveriam ser motivos suficientes para nunca editar uma publicação deste género.
Falta esclarecer que todas as cópias que me foram oferecidas são artigos escritos pela actual presidente da Câmara Municipal de Miranda do Corvo, Dra. Fátima Ramos enquanto vereadora na oposição.
Muito bem prega Frei Tomás! faz o que ele diz, não faças o que ele faz…
Texto da autoria da vereadora do PS, Profª Ana Gouveia, publicado no Diário As Beiras.
Um comentário:
É bom que denunciem estas coisas, mas cuidado que o 25 de Abril ainda não chegou a Miranda. Mas já é bom o começo, agora esperemos...
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