quarta-feira, 18 de junho de 2008

A solidariedade não se compra no talho!

A minha Miranda tinha que ser reconhecida por algo mais importante, do que a boa chanfana, bolas é a minha terra é a nossa terra!
Passaram mais de três anos desde que escrevi um pequeno texto onde manifestei o desejo que Miranda fosse desenvolvida com politicas no sentido ser designada a Capital Nacional da Solidariedade, porque acredito que independentemente das opiniões politicas ou religiosas a componente cívica e solidária, fazem culturalmente parte de todos os Mirandenses.
Apesar de pessoalmente não dispensar de quando em vez, uma boa “chanfanada”, regada pelo excelente vinho de Lamas e acompanhada com broa caseira da “Ti Clotilde”, sempre pensei que Miranda do Corvo não podia ser só a Capital da Chanfana.
- “Então Mário Gama, a tua Terra é Capital Nacional, Mundial ou Espacial da Chanfana?
- “Então Mário Gama, já que estás em Poiares prova aqui a verdadeira chanfana, lá em Miranda comes é um guisado de carne de cabra velha! Hi. hi - riso irónico e brincalhão do Presidente Jaime Soares, o verdadeiro culpado disto tudo! - Já que estás aqui vou mostrar-te o parque industrial, e ao ouvido às duas da manha me foi dizendo alguns meses atrás – Estamos agora no lote onde vai ser instalada a fábrica de enchidos da tua terra, agora vamos ver as obras do “aeroporto” de Poiares o Jardim das Palmeiras etc., etc. – orgulhos e vaidades de um Presidente.
Bolas, já chega! Perdemos o barco, lamentei desde início e sempre perguntei quem teve esta “macabraideia” de Miranda Capital da Chanfana.
Porque não promovemos antes, uma Região Demarcada da Chanfana, dinamizava e promovia o turismo e a economia de vários Concelhos.
Sem demagogia, o actual Executivo de Miranda, não conseguiu fazer no meu ponto de vista o mais importante, criar riqueza, promover a industria o emprego e efectuar obras verdadeiramente estruturantes para ao nosso concelho. Não aumentou o tecido empresarial, não realizou as prometidas acessibilidades rodoviárias e ferroviárias para os centros urbanos, mas aumentou o preço da água e os impostos municipais.
Agora que os Mirandenses já não tem o dinheirinho necessário para comprar a “cabra velha” e o vinhito para confeccionar tão típico repasto, o executivo pensou, pensou, pensou e decidiu. - È agora ou nunca! vamos ser uma Terra Solidária! - Temos o apoio do Prof. José Hermano Saraiva; – Sim é agora o momento certo! Quando o rendimento familiar está no limite da sobrevivência, o tecido empresarial não existe, só nos resta identificar os Mirandenses como solidários, é assim que os mais carenciados sobrevivem nas graves crises, nas guerras e catástrofes.
Estou verdadeiramente feliz, até que enfim que somos uma Terra Solidária, agora ninguém nos segura, temos uma bandeira, a da Solidariedade, sempre é mais nobre e eticamente correcta em tempos de crise, e quando já muitos Mirandenses só se lembram do cheiro da chanfana , estamos com sorte, a solidariedade não se compra no talho! Boa.
- Terras Solidárias, Minhas Senhoras e Meus Senhores de Miranda do Corvo, não são só as que possuem algumas infra estruturas de apoio aos jovens, às mulheres e aos idosos, são também aquelas terras em que o poder actua com políticas de desenvolvimento, perante as necessidades dos restantes cidadãos, os que trabalham; os que querem trabalhar e não têm emprego; os que querem deslocar-se facilmente não têm trem, não têm metro, não têm ponte no Cabouco e não têm alternativa nas Vendas de Ceira de acesso á estrada de Beira.
O mais grave, é esta Terra Solidária que só motiva a implantação de grandes supermercados, mas não motiva aqueles que tem objectivos e vontade de investir na Industria transformadora, enfim produzir algo, criar riqueza e postos de trabalho.
Aqui está a verdadeira e diferente visão de igualdades de oportunidades e de solidariedade ao alcance de todos para o nosso Concelho.
Perceberam a diferença? Ainda bem.
José Mário Gama – 17-06-2008

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