Ontem, em Miranda do Corvo, realizou-se a abertura oficial da Expo 2007 que decorrerá até ao dia 3 de Junho.
A sua primeira edição, em 1991, foi obra do Dr. José Lopes enquanto Presidente da Câmara Municipal. Uma feira com a dimensão possível para a época que tinha como objectivo mostrar as potencialidades do Concelho em várias áreas: serviços, agricultura, comércio, indústria, artesanato, cultura, colectividades e gastronomia.
Integrando o Feriado Municipal, 1 de Junho, foi desde sempre um local de encontro dos mirandenses nas noites amenas de Primavera.
Nos primeiros três anos realizou-se em recinto aberto, a partir daí trancaram-se as portas: para maior segurança dos expositores e visitantes, na versão oficial, mas também para minimizar as despesas que um evento destes acarreta.
A diversão, com base na “prata da casa”, pretendia manter a feira viva e atrair pessoas que de outra forma não a iriam visitar. Fez-se, em pouco tempo, um espaço privilegiado de exposição, de compra e de venda.
Como muitos negócios são feitos à volta da mesa, as tasquinhas começaram timidamente a aparecer como uma mostra da gastronomia da região. Depressa se propagaram e agora são uma oportunidade para muitas colectividades angariarem verbas que escasseiam ao longo do ano.
Acompanhando a dimensão regional que adquiriu, os cartazes de entretenimento começaram a ser cada vez mais ambiciosos mas o crescimento da exposição justificava a vinda de nomes sonantes.
O prestígio que granjeou aumentou o número de expositores de tal forma que já escasseava espaço para os colocar.
Mas o certame evoluiu de uma forma contrária aos objectivos iniciais, isto é, o comércio e indústria que lhe davam vitalidade e consistência passaram para segundo plano dando a primazia à parte do divertimento. Por caprichos da economia ou por opção dos organizadores, o que era uma forma de atrair gentes passou a ser a vertente mais forte da feira.
As mudanças são significativas: os bares multiplicam-se, maiores ou menores, vendem muita cerveja e shots para atrair o público mais jovem; a publicidade feita aos artistas e o destaque que lhes é dado ofuscam muitos festivais de Verão; as bancas de marroquinaria proliferam; aumenta o número de tasquinhas. Há pouco comércio e menos indústria porque não há oportunidades de negócio. Muitos continuam presentes para não quebrarem um hábito ou para não desagradar, os números dizem que os expositores têm vindo a diminuir.
Como há pouco para mostrar ao menos que haja música, que o povo se divirta. Os grandes negócios vão ter de esperar por melhores dias.
No cartaz de divulgação deixou-se cair a conta a quantas feiras já se realizaram, vá-se lá saber porquê! Será que foi opção do criativo ou chegaram à conclusão que têm de mudar o nome do que foi uma exposição e passou a ser um festival? Vamos esperar para ver.
A sua primeira edição, em 1991, foi obra do Dr. José Lopes enquanto Presidente da Câmara Municipal. Uma feira com a dimensão possível para a época que tinha como objectivo mostrar as potencialidades do Concelho em várias áreas: serviços, agricultura, comércio, indústria, artesanato, cultura, colectividades e gastronomia.
Integrando o Feriado Municipal, 1 de Junho, foi desde sempre um local de encontro dos mirandenses nas noites amenas de Primavera.
Nos primeiros três anos realizou-se em recinto aberto, a partir daí trancaram-se as portas: para maior segurança dos expositores e visitantes, na versão oficial, mas também para minimizar as despesas que um evento destes acarreta.
A diversão, com base na “prata da casa”, pretendia manter a feira viva e atrair pessoas que de outra forma não a iriam visitar. Fez-se, em pouco tempo, um espaço privilegiado de exposição, de compra e de venda.
Como muitos negócios são feitos à volta da mesa, as tasquinhas começaram timidamente a aparecer como uma mostra da gastronomia da região. Depressa se propagaram e agora são uma oportunidade para muitas colectividades angariarem verbas que escasseiam ao longo do ano.
Acompanhando a dimensão regional que adquiriu, os cartazes de entretenimento começaram a ser cada vez mais ambiciosos mas o crescimento da exposição justificava a vinda de nomes sonantes.
O prestígio que granjeou aumentou o número de expositores de tal forma que já escasseava espaço para os colocar.
Mas o certame evoluiu de uma forma contrária aos objectivos iniciais, isto é, o comércio e indústria que lhe davam vitalidade e consistência passaram para segundo plano dando a primazia à parte do divertimento. Por caprichos da economia ou por opção dos organizadores, o que era uma forma de atrair gentes passou a ser a vertente mais forte da feira.
As mudanças são significativas: os bares multiplicam-se, maiores ou menores, vendem muita cerveja e shots para atrair o público mais jovem; a publicidade feita aos artistas e o destaque que lhes é dado ofuscam muitos festivais de Verão; as bancas de marroquinaria proliferam; aumenta o número de tasquinhas. Há pouco comércio e menos indústria porque não há oportunidades de negócio. Muitos continuam presentes para não quebrarem um hábito ou para não desagradar, os números dizem que os expositores têm vindo a diminuir.
Como há pouco para mostrar ao menos que haja música, que o povo se divirta. Os grandes negócios vão ter de esperar por melhores dias.
No cartaz de divulgação deixou-se cair a conta a quantas feiras já se realizaram, vá-se lá saber porquê! Será que foi opção do criativo ou chegaram à conclusão que têm de mudar o nome do que foi uma exposição e passou a ser um festival? Vamos esperar para ver.
Texto da autoria da vereadora do PS, Profª Ana Gouveia, publicado no Diário As Beiras.
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